Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Queria que a vida sorrisse
E num segundo a tristeza dormisse
Queria não querer
E no fundo poder
Fazer a vida sorrir...
Evolução do PIB Português | Gráfico: Governo de Portugal
A 6 de Abril de 2011, o país via oficialmente reconhecido o que há muito se esperava, a terceira intervenção externa do Fundo Monetário Internacional em Portugal estava prestes a ter início no país. Ainda o país não se tinha apercebido bem da calamidade da situação não só da dívida pública externa, mas também da dívida geral da economia nacional. A débil economia lusa agravada pelas sucessivas crises do ocidente, a crise do sub-prime, da exposição às falências de grupos como o Lehman Brothers e os efeitos que tiveram no sistema financeiro dos Estados Unidos e da Europa, vieram agravar o estado de saúde da economia portuguesa, que já por si vinha a agonizar desde inícios do Século XXI.
Hoje, em que país vivemos?
O emprego em Portugal tornar-se-á num resumo assombroso e horrendo de esquemas de vassalagem, que colocará de novo, de um lado, os senhores do país e do outro os escravos licenciados.
Recentemente deparei-me com esta faixa, produzida pela The Secession Studios, um estúdio de banda sonora para filmes, videojogos e marketing, que me fez ouvir até ao fim, porém, o que mais me cativou foram as descrições de possíveis cenas para as quais esta faixa poderia sonorizar.
Trago-vos um desses comentários (traduzido e adaptado para português) para que possam experimentar. Eis o exercício:
Reproduzam o faixa (incorporada em baixo), leiam com atenção o texto abaixo, concentrem-se e imaginem a cena. Depois partilhem o que sentiram, comentando. Leiam pausadamente tentando acompanhar o ritmo lento da música.
"Imaginem o som de sirenes de ambulância ecoando, pessoas a gritar e a polícia, com os seus megafones apelando à calma e pedindo que se dispersem e retornem a casa, dizendo que não há nada para ver aqui. Mas há!
Uma rapariga segura-se no beirado do telhado dum prédio de 20 andares. O seu namorado, em plena rua, grita por ela, chora, sabendo que ela está prestes a desaparecer.
Com o andar do tempo as mãos dela começam a doer. Os bombeiros, por fim acedem ao telhado mesmo quando ela está pronta a deixar-se ir. Quando chegam ao local, já tinha desaparecido."
Comentário original: "Imagine ambulance sirens in the background and screaming people and cops on their megaphones telling everyone to calm down and go home there's nothing to see here. But there is. A young woman is holding onto the edge of the roof of a 20 story building. Her boyfriend is on the ground below screaming for her and crying because he knows that shes going to die. After hours, her hands start to hurt. The firefighters get to the roof but by then she is about to let go. They reach for her but shes gone."
The Secession | Facebook | Youtube
Sou constantemente inconstante,
Sou do mundo e do meu quarto,
Sou vontade viajante,
Sou saudade quando parto.
Sou eterna felicidade,
Sou o mundo, não a cidade,
Sou tinta sobre papel,
Não tenho nome, sou Miguel.
Sou do finalmente num início,
Sou do fim do infinito,
Sou o riso dum suplício,
Sou arco-iris não bonito.
Sou como sou e como sei,
Sou a regra, não a lei.
Sou um todo imperfeito,
Não sou assim, mas do meu jeito!
Confesso que não vi o Prós & Contras, tomei conhecimento, como muita gente que não havia visto o programa, pela imensa enxurrada de vídeos colocados nas redes sociais e comentados na blogoesfera.
Já muito se disse sobre o assunto, continuo a deter o mesmo pensamento, a alavancagem económica deve (e tem que) ser feita pelo nivelamento salarial, se não por cima, pelo menos pela média. A capitulação perante o ímpeto ultra-liberal de esvaziar por completo a noção humana do rendimento mínimo para a subsistência provoca desde logo a depauperização de todo o sistema económico, especialmente em épocas de crise e recessão.
"Não basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objectivo, cada passo deve ser ele próprio um objectivo em si mesmo, ao mesmo tempo que nos leva para diante" - Johann Wolfgang von Goethe
Acordo com o sentimento de que poderia fazer alguma coisa. É certo que poderia, mas não o fiz e, todos aqueles que como eu não o fazem hão-de chegar a esta mesma conclusão. Acordamos todos com a ideia de não fizemos algo, não fomos além. Não nos excedemos, nada! Que sina a de levantar todos os dias com a única sensação de que andamos a deambular, passo a repetição, rumo ao nada, ao vazio, ao inerte, andamos num passo estacionário que nos desprende da liberdade. Confuso? Não, apenas andamos todos com as ideias soltas, sem amarras e carregadas de vícios.
Foto aqui: http://www.fotocommunity.es/pc/pc/display/24051046