Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
À trinta e nove anos atrás o país acordava para uma nova realidade, uma realidade não queriam aceitar mas que a vontade de mudança de toda uma nação, que vendo tal movimento em curso, logo lhe deu total apoio saindo à rua e perpetuando no tempo o cravo que lhe deu côr.
À trinta e nove anos o cinzentismo de quatro décadas que tão mal fizeram ao país caiam dando lugar ao radiante Sol da Liberdade.
"Avante Portugueses pela Santa Liberdade triunfar ou perecer"
Em semana de revolução aqui fica uma bonita canção:
Livre (Não há machado que corte)
Não há machado que corte
a raíz ao pensamento.
Não há morte para o vento.
Não há morte!
Se ao morrer o coração,
morresse a luz que lhe é querida.
Sem razão seria a vida.
Sem razão!
Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento.
Porque é livre como o vento.
Porque é livre!
Letra: Carlos Oliveira
Música: Manuel Freire
Era uma vez uma país, um país como tantos outros, vivia na sombra duma passado distante e todos tinha orgulho nesse passado.
Mas, como em tudo na vida, um tempo de glória não faz um futuro e as pessoas viviam na ilusão de que os novos tempos se resumem a continuar a escrever a História com ligeiros retoques de modernismo.
Uns dizem "Vamos cortar com o passado?" e logo aparecia quem, com a eloquência galvanizada, afirmasse a pés juntos que "Um país que tanto fez não precisa de amarrotar o passado." "Retrógrados e velhos do Restelo!" são as pedras com as quais se lhes atiram os modernistas. "Ó senhores, este país não vai lá com modernices, isto requer é progressismo."
"Não! O que se faz necessário é modernismo, e à bruta, não vêem que estamos atrasados?" Porém, por acaso não será antiquado o progresso? E que história é essa do modernismo? Há quantos anos se fala no modernismo?
Perguntem às térmitas se elas discutem sobre o que é melhor, progredir ou modernizar? É que ainda o país não existia e já elas se organizavam e, podem apostar, quando o país desaparecer ficarão cá por muito mais tempo. Desperdiçam-se as forças em discussões inúteis, em metáforas como esta que escrevo, em progressos modernizantes e modernismos progressistas.
Era, portanto, uma vez uma país, um país chamado Portugal!