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Evolução do PIB Português | Gráfico: Governo de Portugal 

 

A 6 de Abril de 2011, o país via oficialmente reconhecido o que há muito se esperava, a terceira intervenção externa do Fundo Monetário Internacional em Portugal estava prestes a ter início no país. Ainda o país não se tinha apercebido bem da calamidade da situação não só da dívida pública externa, mas também da dívida geral da economia nacional. A débil economia lusa agravada pelas sucessivas crises do ocidente, a crise do sub-prime, da exposição às falências de grupos como o Lehman Brothers e os efeitos que tiveram no sistema financeiro dos Estados Unidos e da Europa, vieram agravar o estado de saúde da economia portuguesa, que já por si vinha a agonizar desde inícios do Século XXI.

 

Hoje, em que país vivemos?

  

"Salário médio de 777 euros para enfrentar a crise - É este o valor médio dos salários de 37% dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal, de acordo com o INE. No fim de Junho, o salário médio nacional era de 777 euros/mês. Pouco para fazer face à austeridade imposta pelo Orçamento de 2011" (Diário de Notícias | 18-10-2010). Este era o rendimento antes da intervenção externa, actualmente, o salário médio mensal em Portugal ronda os 984 €, "O salário médio líquido mensal dos portugueses em 2013 foi de 984 euros, praticamente metade da média europeia (1.972 euros) e um dos mais baixos de toda a União Europeia (UE)...(Diário Económico | 30-05-2013)", sem contar com a imensa massa desempregada, incluindo os incontáveis estatísticos, escondidos sob o manto das falsas ocupações e "formações" do IEFP, vemos um país parado no tempo. A Economia não progride, porque simplesmente estás estagnada em termos de remuneração e procura interna, asfixiada fiscalmente e a situação tem tendência a piorar. Sucedem-se os casos de corrupção, as derrocadas financeiras, a pauperização do sector empresarial do Estado e a degradação generalizada das funções sociais.

 

Os jovens...

 

"No primeiro emprego, salários variam até 300 euros conforme a licenciatura - Ao mesmo tempo, houve um crescimento superior (102 euros) do salário médio dos não-diplomados. Mas os licenciados continuam a ganhar mais: o vencimento dos não-diplomados no seu primeiro emprego não ultrapassa os 678,92 euros por mês" (Público | 16-08-2013). Em 2009, a situação, ainda que não fosse a melhor, era bem mais animadora para os jovens do que a que existe hoje. Hoje, numa pesquisa rápida, vê-se que as ofertas de emprego, muito excepcionalmente passam os 700 € brutos mensais, algumas inclusivamente com exigências académicas e de percurso profissional que, claramente estão a ser sub-valorizadas. De facto, a sociedade em geral não vê, ou parece não querer ver que, com cerca de 650 € líquidos é impossível viver e trabalhar com motivação. Aliás, um dos aspectos que leva a falta de produtividade geral são os fracos rendimentos.

Um jovem deslocalizado tem que arcar com as despesas de habitação, transportes e alimentação e a observar pelos preços praticados pelo mercado arrendatário, não sobra praticamente nada para, por exemplo, poupança a pensar no futuro. Hoje em dia, um jovem, não pode ter acesso a cultura porque não a pode pagar, não pode ter direito a lazer porque não o pode pagar, comprar casa ou mesmo carro é uma miragem. Isto para não falar nos recibos-verdes, essa praga laboral que cada vez mais se enraíza em Portugal.

 

coloca-se a questão, que motivação se tem quando não se pode aproveitar a vida, não se pode, agora que está na época, comprar sequer lembranças para o natal, que motivação se pode ter, quando cada despesa extra se torna num sacrifício.

 

A sociedade está a caminha para o abismo social, a nova escravatura está a tomar conta do país, amordaçada na impossibilidade de actuar, das represálias, no medo gritante que se respira nos corredores dos escritórios, das empresas, do Estado, estamos a entrar silenciosamente numa nova era de obscurantismo, manipulações e pior, na mercantilização do factor trabalho, desapareçam as pessoas, apareceram os números, as cifras. De facto o mercado de trabalho em Portugal resume-se um gigante silo de bocados de carvão, sujos e prontos a ser debitados nas fornalhas desta economia fraca e inerte.

 

A começar nos recursos humanos, nas empresas de "recrutamento" e em toda a panóplia de desumanização que apareceram como cogumelos. Hoje, ganha-se muito mal, o Estado "rouba" muito e toda a gente se espanta com a falta de motivação.

 

A classe média...

 

Temos, portanto, um único pilar, cujo núcleo constitucional ainda vai resistindo, esse pilar sustenta, actualmente, a si próprio, as gerações mais novas e, inclusivamente, as mais idosas, com a certeza que quando esta geração mais nova chegar à idade de os substituir permanentemente será incapaz de o fazer. Será nessa altura que a tão proclamada insustentabilidade social será, terrificamente posta a descoberto. Vejamos, até aos 30 anos de idade, os rendimentos são bastante fracos, impossibilitando duas coisas, a refundo da Segurança Social, principal engrenagem da função social de protecção aos mais idosos, nem, por outro lado, será capaz de efectuar poupança suficiente para substituir ao estado na sua função, ascenderão à condição de garante das restantes gerações sem, no fundo não terem a sua própria geração garantida.

 

Isto porque actualmente se assiste à incapacidade absolutamente atroz da classe governante de evidenciar e solucionar estes problemas, já que é nela, ou melhor, em parte do sistema partidário do poder tradicional, que desconhece o terreno, desconhece o país que governa e se envolve inclusivamente na corrupção do Estado, é nela que está o núcleo putrefacto do desequilíbrio das relações laborais, da falta de visão e futuro, da falta de motivação e da derrocada do emprego em Portugal. Aos poucos, entra em cena a selva laboral, os atropelos, os egoísmos e, principalmente a cunha, esse neologismo para uma nova época feudal, a oligarquia das hierarquias familiares e dos laços de corrupção que se vão estendendo em todos os sectores.

 

 O emprego em Portugal tornar-se-á num resumo assombroso e horrendo de esquemas de vassalagem, que colocará de novo, de um lado, os senhores do país e do outro os escravos licenciados.

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