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O Deputado e Líder de Bancada do PSD, Luís Montenegro, indignou-se hoje com a falta de capacidade argumentativa e falta de capacidade de ouvir a oposição, que, pelo rumo do país, será uma realidade a que terá de se habituar dentro de um ano, quando ele próprio, líder ou não da sua bancada, se encontrar inserido num grupo parlamentar da oposição. Ignorando se, à luz da discussão, tenha ou não o PEV, condições para se apresentarem como grupo autónomo, o facto é que, tal e qual, como Pedro Passos Coelho tem que governar de acordo com os preceitos constitucionais vigentes à data, mesmo discordando abertamente deles, também o PEV, à luz da lei actual tem o direito de se constituir como grupo independente e autónomo no parlamento, já que as regras assim o permitem. Nessa matéria, o PEV é, e vai continuar a sê-lo, um grupo parlamentar por si só, não importa a similitude das suas opções e oratória com as do PCP.
O que se assiste é uma intolerância democrática às posições que são diferentes, de tal forma que se recorre a temáticas que nem sequer estavam em discussão mas que, habilmente, o PSD traz a debate para desviar a discussão do assunto levado a plenário, a fiscalidade verde. Fiscalidade para uns, formas de gerar receita para outros. Essa era, de facto, a discussão em curso. Acontece que, o desgaste e o desnorte daqueles que, a qualquer custo querem impor mais sacrifícios à custa do progresso da nação, à custa do desinvestimento social e, contra todas as formas de postura ética, levam a que, invariavelmente, se vejam forçados a defender o indefensável. O PSD, que na pessoa de Luís Montenegro diz que o PEV nunca foi a sufrágio é, curiosamente o mesmo partido que aplica medidas que nunca foram, elas próprias, a sufrágio. Ninguém votou nestas medidas de austeridade, antes pelo contrário, é cada vez maior o coro de protestos contra a actuação social-democrata, inclusivamente de figuras proeminentes do próprio PSD.
A agenda política é tão ou maus fraudulenta que, a perspectiva ilegal que o PSD tem do PEV, isso é um facto evidente e, por ventura, bem mais grave que a dialéctica proferida hoje na Casa da Democracia. Não tem o Deputado Luís Montenegro, a legitimidade nem, muito menos, a rectidão ética para falar de fraude já que este governo é, no seu todo, uma fraude daquilo dizia antes de ser eleito.
Quem diz que o próximo Orçamento Geral do Estado "é um Orçamento que abre uma nova esperança no país, não está, nada mais, nada menos, que a defraudar qualquer bom senso, a impingir mentiras e falsas esperanças a um povo bastante fustigado pelo empobrecimento geral do país. voltando aos acontecimento de hoje, o PSD, incapaz de argumentar, não tem outra alternativa retórica que recorrer ao seu velho truque na hora de virar as atenções para o acessório, o ataque, sabe-se lá a sua pertinência no âmbito do que estava a ser debatido, ao PEV em detrimento do assunto, muito mais importante que estava a plenário.
O PSD, de resto, é hábil em, subtilmente, se revestir de autoritarismos camuflados de puritanismo, de facto, a maior fraude que alguma vez se abateu sobre a democracia portuguesa é o PSD e os seus constantes crimes sociais, que vão ao ponto de o PSD se achar acima da Constituição do País. Por exemplo, para falar juridicamente de fraude, o Art.º 73.º, do Orçamento do Estado em vigor, prevê a aplicação dos cortes ao abrigo do Art.º 33.º, declarado, na íntegra, Inconstitucional, porém, o o governo de Pedro Passos Coelho, e do PSD que acusa terceiros de fraude, continua a aplicar os cortes, inconstitucionais, aos regimes de prestação de serviços a que se refere o Art. 73.º. Se isto não é fraude, então o Deputado Luís Montenegro que cale a sua arrogância dialéctica no que toca a acusar o PEV de fraude.
In Público: "Lama", "cabecita" e "expressões arruaceiras" em discussão acesa no Parlamento