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"Eu tento, tento mesmo guardar uns dias afastado de ti, mas é difícil..."
Chega sempre uma altura, pelo menos eu quero pensar que sim, em que as dúvidas superam a vontade, de um, do outro ou de ambos, o certo é que quem entregou a chave do seu coração a outra pessoa arrisca-se a qualquer dia querer arejá-lo e essa mesma pessoa ter perdido a chave para o abrir. Ficamos com o coração como uma casa antiga devoluta, desabitada, à espera que a última pessoa que saiu volte, entretanto, vai-se tornando sombrio, frio, povoado de fantasmas que são as memórias que persistem em assombrar o coração.
Há quem não consiga fazer abrir a porta a outra pessoa, há quem espere, há quem persista, e o melhor mesmo é ir cuidando dessa nossa casinha meia abandonada, pois... Dizemos que vamos de férias e no fundo o que temos mesmo medo é que a pessoa parta de férias do relacionamento para nunca mais voltar.
Disse-lhe que me ia afastar por uns dias apenas, porém, para mal da minha pessoa, fiz-me à estrada da vida, espairecer, o melhor que podia fazer era procurar distracção nessa via longa que nos leva ao desconhecido e ao infinito, a estrada da vida, pode ser sinuosa, ter curvas e contra-curvas apertadas, perigos mil e imprecisões, por vezes tem cruzamentos de dezenas de opções, tem peões sim, a atravessarem no caminho, a estrada da vida tens sinais verdes e amarelos e, mesmo não querendo, também tem vermelhos, as pessoas às vezes tentam passar no vermelho que é como quem diz na gíria "colocar o carro à frente dos bois", mas felizmente a estrada da vida também tem rectas e desvios, mas e há sempre um mas, a estrada da vida não é um estrada, é uma via rápida e quando menos esperamos já a percorremos toda.
Eu entendi as razões dela, desculpei-me sem ter grande culpa, mudei de rota por uns tempos, bem, pelo menos estou a tentar, mas não sei se é de mim ou se é mesmo do destino, mas a estrada que me afasta dela tem uma árvore a bloqueá-la!