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Alguém se lembra do seu primeiro beijo?
Sinceramente, todos nós já respondemos a esta pergunta com um sorriso estampado no rosto, alguns respondem-na porque precisam de respondê-la para acalmar o desejo que sentem de lembrar um beijo (ou vários) que já estão arrumados na estante do coração, ou em pior caso no arquivo secreto da mente.
A verdade é que é muito difícil responder a essa pergunta, não porque o primeiro não tivesse sido especial, mas porque salvo raros casos, confunde-se o primeiro beijo da vida com Aquele Beijo e, Aquele Beijo, nem sempre foi o primeiro.
Prefiro lembrar muitos outros beijos com muito maior significado que o primeiro, precisamente porque o primeiro foi... O primeiro beijo e é sempre um beijo de descoberta. Nem vale a pena lembrar com quem ou onde foi. Foi e aconteceu, provavelmente a dona dos lábios que connosco parilharam tão solene momento, em bem calhando, já nem se lembra e para muitos o seu primeiro beijo foi dado a alguém que já havia beijado.
Se eu me lembro do primeiro, o primeiríssimo de todos? Com certeza que sim. Mas se o quero relembrar? Com certeza que não. Quero lembrar o beijo da minha vida, esse sim, merece ser lembrado e recordado, até porque esse, pelo menos comigo, é continua e sucessivamente renovado numa revalidação do Primeiro Beijo, todos os beijos dados a quem realmente amamos, são para todos os efeitos o último e o primeiro beijo.
Último porque cada carga emotiva que nos percorre o corpo a cada novo beijo nos fazem encará-lo como uma espécie de último, de derradeiro e sempre queremos torná-lo especial, se não fosse sempre o último nunca vivenciaríamos todo esplendor emotivo que lhe está associado. É uma condição sublime para que a cada novo beijo este seja único.
Primeiro porque cada beijo não é igual ao anterior, e nem seria bom que o fosse, isso seria banalizar esses segundos, transformando-os num qualquer gesto ou acto quotidiano e amor é tudo menos uma coisa do quotidiano, é um estado permanente de descoberta.
O meu "primeiro beijo" aconteceu ontem, aconteceu hoje e certamente acontecerá amanhã. E ainda bem que assim é.